segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Guardo minhas memórias em gavetas

Meu avô tocando Chopin está numa delas, junto com o carinho e a devoção da minha avó.
Minha primeira bicicleta, uma berlineta dobrável, playmobil, falcon, bombinhas, e um monte de desenhos em caderninhos de espiral, em outra.
O primeiro de um monte de amores não correspondidos, no fundo de outra, soterrado por fotos do colégio, bilhetinhos, papel de bombons...e uma rolha seca, quase sem o cheiro do vinho.
Gosto quando encontro perfumes. Eles me trazem lembranças de pessoas que abracei, que amei e que me trouxeram a felicidade que era maior do que o mundo, mas que hoje cabe numa gaveta.

A única gaveta que eu mantenho trancada, é a das pessoas que magoei. Que não correspondi, que não soube entender...e que de vez em quando, abro por engano.





4 comentários:

  1. Bom a parte da ilustraçao ou generalizando das ilustraçoes postadas neste blog que eu gosto bastante e definem um estilo original teu, adorei o texto que me fez buscar cada um dos momentos/objetos/pessoas que estariam guardados
    em minhas gavetas imaginarias...

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  2. Kiko!

    um comentário como o teu não poderia sair senão de alguém com tua sensibilidade!
    é bom também abrir gavetas fechadas, trancadas, esquecidas... elas nos revelam mais q aquelas ditas e sempre disponíveis.
    Boa semana pra ti!!!!

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  3. Kiko... Sendo uma pessoa com uma memória olfativa aguçada, só tenho a dizer que adorei e muito me identifiquei com este texto!!! E mesmo por engano, as gavetas das mágoas quando abertas, nos ensina muito sobre nós mesmo... Um abraço do Fernando (aquele do aniversário do Cesar, rs)

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  4. Kiko... Sendo uma pessoa com uma memória olfativa aguçada, só tenho a dizer que adorei e muito me identifiquei com este texto!!! E mesmo por engano, as gavetas das mágoas quando abertas, nos ensina muito sobre nós mesmo... Um abraço do Fernando (aquele do aniversário do Cesar, rs)

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