sábado, 31 de outubro de 2009

Tears for fears





















Nunca achei normal ir ao médico sem apreensão ou uma ponta de medo.

E quando pequeno, visitei inúmeros pra tomar injeção ou ser costurado!
E choro de machucado torna-se corriqueiro quando se cresce numa casa com jardim,
um monte de árvores pra trepar e cair, e um gosto especial pelo perigo.

Na adolescência fazem-nos acreditar que já somos crescidos o bastante pra não chorar, pois isso é sinal de fraqueza, é quando o choro passa a ser escondido e a dor física substituída pelas do coração.
Indico a solidão do chuveiro pra quem quer chorar sem ninguém saber: as lágrimas se misturam à água e o aperto no peito vai se esvaindo ralo abaixo.

Pra mim nenhum motivo é pequeno ou grande para detonar essa cachoeira sem fim...
Outro dia bati meu recorde no cinema: três vezes!
Depois do primeiro choro devidamente enxugado e deixado vários fotogramas pra trás,
fui sentindo algo que já tinha experimentado bem. Respiração ofegante, coração na boca,
trazendo do fundo as sensações que pareciam curadas... e daí a explosão!

O terceiro foi mais pra tirar a prova se ainda sobravam lágrimas.

3 comentários:

  1. Adoro vir aqui e me deparar com mais um pouquinho de vc! ainda mais quando a saudade aumenta...

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  2. Puro. Sincero. Maduro. Objetivo...

    PARABÉNS!!!

    Forte abraço.

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  3. HOMEM MENINO HOMEM

    Lagrima é derretimento de geleira.
    Geleira constituída dos tempos ídos de que "Homem não chora"... Chora sim senhor, e como!
    Prova de que é da geleira... basta saborear, é salgada!
    O Homem-menino chora de saudade, dor, amor...
    Celebração, exaltação, ressignificação e tudo o mais.
    Que bom poder... Poder chorar;
    Poder libertar a angústia de não poder "PODER". Podemos sim, devemos sim!

    Abraços
    Octavio Marcondes Machado Marchi
    10/10/10

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